quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A FILOSOFIA DO AMOR

O AMOR NA LITERATURA:PLATÃO P latão, 428-347 a.C., filósofo grego, O Banquete

Quando um qualquer amante tem a sorte extrema de encontrar a sua outra metade, ficam os dois tão intoxicados com afecto, com amizade, e com amor, que não suportam ficar sem se verem um único instante.
Platão, O Banquete

O amor dorme na terra nua, às portas das casas, ou nas ruas profundas por debaixo das estrelas do céu, partilhando sempre a pobreza da sua mãe… No espaço de um dia ora se revela vivo e brilhante, ora à beira da morte.

Platão, O Banquete

O amor é pobre, magro, mal apresentado, sem sapatos, sem domicílio, sem outra cama que a terra, dormindo sob as estrelas, sem cobertores, junto das portas e nas ruas, irremediavelmente miserável, imitando a sua mãe.

Platão, O Banquete


No mesmo dia, ao mesmo tempo, o amor é florescente, pleno de vida, e tudo o que é grandioso abunda nele, antes de desaparecer e morrer, antes de reviver de novo.

Platão, O Banquete


Como o pai, o amor está constantemente na pista do que é belo e bom; é másculo, empreendedor, robusto, hábil caçador que usa sem cessar o artifício; cioso do saber, usa todos os estratagemas para o ter, passando toda a vida a filosofar, encantador, mágico, palavroso.

Platão, O Banquete



O Amor na Literatura: O amor Platónico em Dante
Dante Alighieri, 1265 - 1321, poeta italiano, Vida Nova


Já o luminoso céu, girando sobre si mesmo, tinha voltado nove vezes ao mesmo ponto, quando vi pela primeira vez a gloriosa dama dos meus pensamentos, a quem muitos chamavam Beatriz, na ignorância do seu verdadeiro nome.

Dante Alighieri


Ao vê-la, não pude deixar de tremer e de murmurar para mim mesmo: eis um Deus mais forte do que eu, que chegou para me dominar.

Dante Alighieri


Infantil, punha-me a procurá-la; e via-a com um aspecto tão digno e tão nobre, que não podia deixar de lhe aplicar as palavras imortais de Homero: «Não é a filha de um mortal, mas sim de um Deus».

Dante Alighieri


Ao entrar na rua onde eu, receoso, me encontrava, Beatriz virou-se para mim, e com inigualável amabilidade, saudou-me, o que me transportou aos confins da felicidade.

Dante Alighieri


As suas primeiras palavras causaram-me tal êxtase que, como embriagado, me afastei logo das gentes, para a solidão do meu quarto, para aí pensar na delicadíssima dama que me saudara.

Dante Alighieri


O Amor na Literatura: Shakespeare
William Shakespeare, 1564-1616, poeta e dramaturgo inglês

No reino em que as almas flutuam no meio das flores, caminharemos os dois de mãos dadas.

Shakespeare, António e Cleópatra


Não, por meus olhos, nunca antes amei! Juro-o ao meu coração, porque nunca até esta noite tal luz eu vi.

Shakespeare, Romeu e Julieta


Romeu, após um abraço beijado
: Oh! Os teus lábios apagaram os pecados dos meus!

Julieta: E os meus lábios guardaram para eles o pecado que encontraram nos teus...

Shakespeare, Romeu e Julieta



Oh, amor, que bom que seria ter-te também como o meu passarinho; mas meu Deus, matar-te-ia, à força de tantas carícias!

Shakespeare, Romeu e Julieta



Aqui juro o que aqui para sempre seja: fiel eu serei, apesar da tua falsidade e de ti.

Shakespeare, Romeu e Julieta



Amor! Sensata loucura, sufocante amargura, vivificante doçura.

Shakespeare, Romeu e Julieta


O céu está onde vive Julieta. Um gato, um cão, um rato pequeno, o ser mais imundo, vivem no paraíso, pois que podem contemplar o que não me é permitido.

Shakespeare, Romeu e Julieta



Para mim, és o mundo inteiro. Por isso, como é que podes dizer que estou só, quando o mundo inteiro está diante de mim, a olhar-me?

Shakespeare, Sonho de uma noite de Verão

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